Pessoa a assistir a um webinar num laptop
27/10/2020

A Sofis Solutions lançou a série de webinars "Sistemas de Informação Educativa" – Parte Dois

Montevidéu, 27 de outubro de 2020.

Na quarta-feira, 14 de outubro, realizou-se o webinar "Enfoque de gênero nos sistemas de informação educacionais", que faz parte do Ciclo de webinars "Sistemas de informação educacionais", organizado pela Sofis Solutions. Esta segunda nota contém a participação do terceiro expositor convidado, que compartilhou sobre a importância dos sistemas de indicadores baseados em dados nominados, as tendências em temas de indicadores de sexo, assim como a apresentação do estudo "Brechas de gênero na América Latina. Um estado da situação".

A terceira intervenção do webinar "Enfoque de gênero nos sistemas de informação educacionais" foi realizada pelo Eng. Federico Mejer, consultor especialista sênior em Educação do Banco Mundial, União Europeia, UNESCO, UNICEF e BID, que iniciou apresentando as características dos sistemas de indicadores em Educação, destacando a importância de identificar oportunamente o que se deseja informar, em concordância com as metas ou objetivos das políticas educacionais, assim como selecionar o conjunto de indicadores que tenham a disponibilidade da informação para construí-lo, e a reciprocidade operacional entre os sistemas de informação e o sistema de indicadores. Para isso, o Eng. Mejer acrescenta: "(…) Está claro que um sistema de informação tem maior amplitude que um sistema de indicadores, mas muitas vezes a necessidade de gerar um sistema de indicadores ou incorporar um determinado indicador leva o sistema de informação a incluir o registro de variáveis por fontes próprias ou externas para poder produzir novos indicadores. Por isso, essa dinâmica de inter-relação também constitui uma estratégia de sinergia e de melhoria dos sistemas de informação".

Além disso, o Eng. Federico Mejer destacou a ligação que os sistemas de informação têm com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, especificamente com o ODS 4 "Educação de qualidade", que tem como meta garantir uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade, que oriente os países da região para que a educação seja o motor principal para sair do ciclo da pobreza e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Do ponto de vista estatístico, com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), especificamente com os ODM 2 "Alcançar o ensino primário universal" e o ODM 3 "Promover a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres", estes se baseavam em um conjunto de indicadores específicos e mensuráveis que contribuíam para melhorar a capacidade nacional de monitoramento em muitos países em desenvolvimento. Por sua vez, o ODS 4 tem um enfoque mais amplo para gerar novos desafios no desenvolvimento de indicadores que podem monitorar o progresso das metas, ao contrário de seus predecessores; outra das diferenças destacadas é o índice de paridade de gênero, já que o ODM 3 monitorava a paridade de gênero somente em referência à matrícula no ensino primário, secundário e terciário e à alfabetização de adultos, enquanto o ODS 4 exige que todos os indicadores sejam desagregados por sexo na medida do possível.

"A informação nominal permite acompanhar individualmente os alunos, de modo que os algoritmos ou fórmulas possibilitam identificar variáveis como faltas de um aluno, baixo rendimento ou certos tipos de dificuldades que possam ter. Hoje em dia, alguns sistemas incorporam tecnologias vinculadas aos sistemas de registro de estudantes, que permitem identificar com maior clareza qual é o desempenho de um aluno em sua trajetória escolar; isso permite gerar alertas precoces, que funcionam como indicadores ou sinais de alerta para atuar e oferecer algum tipo de apoio, materiais especiais, aplicar modelos ou adequações curriculares que se ajustem à aprendizagem adaptativa dos alunos. Isso é de suma importância quanto à informação que fornece ou provê um sistema de informação baseado em registros nominados", acrescenta o Eng. Mejer.

Para encerrar sua participação, o Eng. Mejer apresentou o estudo denominado "Brechas de gênero na América Latina. Um estado da situação", elaborado no âmbito do Programa de Pesquisa para a Inclusão Social na América Latina (PISO) da Direção de Pesquisas Socioeconômicas da CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina. Esta pesquisa faz especial ênfase nos avanços e retrocessos da região na redução das brechas de gênero nos âmbitos educacional, familiar e laboral. De acordo com este estudo, o Eng. Mejer destaca alguns elementos sobre a informação a partir de indicadores que se podem extrair quando se conta com informação de sexo masculino e feminino dentro dos sistemas de informação.

Tal é o caso da Figura 2.1.4., que foca nos anos de educação das mulheres e brechas de gênero (homens-mulheres) em anos de educação por país, entre as idades de 25 a 54 anos. O Eng. Mejer explica: "Aqui se pode analisar as vantagens por anos de educação em alguns países da região que as mulheres têm em relação aos homens na população adulta de 25 a 54 anos. Por exemplo, no ano de 2015, a diferença em anos de educação varia entre 1,3 anos a favor das mulheres na Venezuela. Em contrapartida, em países como Chile, México, El Salvador, Guatemala e Bolívia, a diferença favorece os homens. Por exemplo, no caso da Guatemala, as mulheres apresentam 5,1 anos de educação, enquanto a média dos homens é de um ano a mais".

Segundo cita o estudo, em doze dos dezoito países da América Latina, as mulheres já superaram os homens em anos de educação, com uma vantagem média de 7 meses, enquanto nos seis países restantes a vantagem é de 7 meses em média, mas a favor dos homens.

Infográfico: Figura 2.1.4. Anos de educação das mulheres e brechas de gênero (homens-mulheres) em anos de educação por país. Estudo "Brechas de gênero na América Latina. Um estado da situação". O estudo completo está disponível no seguinte link:  https://cutt.ly/JgEkyHj


Para finalizar o webinar, os expositores responderam perguntas da audiência, que se conectaram de diferentes países da região como Estados Unidos, Guatemala, El Salvador, Equador, Argentina, Uruguai, entre outros. E deram suas conclusões sobre o encontro virtual, entre elas expressa a Lic. Violeta Muñoz, gerente de Gênero e Inclusão Social do FOMILENIO II: "Esperamos que existam mais discussões deste tipo porque o desafio é grande para todos os países da região para alcançar uma educação de qualidade e uma educação que não negue possibilidades, mas que contribua para que haja mais oportunidades e o exercício dos direitos para meninas e meninos, segundo suas condições".

Por sua vez, a Lic. Cristina Tello, especialista em Gênero da Sofis Solutions, menciona: "Foi um prazer participar deste webinar, agradeço aos colegas por toda a informação e os conceitos expostos. Este é um caminho árduo, mas se avança pouco a pouco e isso deve ser um incentivo para continuar caminhando".

E finalmente o Eng. Federico Mejer expressa: "Muito obrigado por terem acompanhado esta apresentação e convido-os a continuar discutindo, a seguir analisando e a contribuir para melhorar os sistemas de informação, que geralmente se baseiam numa participação muito ativa por parte dos usuários. Além disso, todas as demandas dos usuários são as que realmente nutrem, dão garantia e proporcionam qualidade aos sistemas de informação. Por outro lado, tudo o que puder ser estabelecido como rotina de produção de dados contribuirá para que essa informação esteja presente e seja realmente utilizada para a tomada de decisões. Por fim, convido que os sistemas de informação, como o caso do SIGES em El Salvador e outros sistemas da região, estejam em constante uso e presentes para realmente apoiar a tomada de decisões".

O webinar "Enfoque de gênero nos sistemas de informação educacionais" foi gravado e está disponível no canal do YouTube/ Sofis Latinoamérica: https://youtu.be/U7N-isJBhXc.

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