Interoperação de sistemas de informação de cooperação

Montevidéu, 02 de junho de 2025

Em 20 de maio, a Sofis Solutions participou de um encontro convocado pela SEGIB em Madri, junto a representantes de países, TOSSD e UNCTAD, onde foram abordados os principais desafios técnicos e semânticos para alcançar a interoperabilidade entre sistemas de informação sobre cooperação.

Os sistemas de informação desempenham um papel cada vez mais importante no âmbito da cooperação internacional. São ferramentas fundamentais que auxiliam governos e organismos a tomar decisões informadas, com base em dados confiáveis e atualizados.

Nesse contexto, o Sistema Integrado de Dados Ibero-americanos da Cooperação Sul-Sul e Triangular — desenvolvido pela Sofis Solutions para o Programa Ibero-americano para o Fortalecimento da Cooperação Sul-Sul (PIFCSS) — posicionou-se como peça central. Atualmente, é a principal ferramenta utilizada pela Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB) para a elaboração do Relatório da Cooperação Sul-Sul e Triangular na Ibero-américa.

A nível global, outras iniciativas também têm apostado no desenvolvimento de sistemas similares. É o caso do Total Official Support for Sustainable Development (TOSSD) e da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento).

Embora essas plataformas tenham nascido com propósitos distintos, todas compartilham um objetivo comum: sistematizar e analisar as informações vinculadas à cooperação internacional. Por isso, avançar rumo a uma maior integração e interoperabilidade entre elas não é apenas desejável, mas possivelmente conveniente. Se for possível fazer com que esses sistemas “falem a mesma língua”, seria possível trocar dados automaticamente, alinhar critérios e consolidar indicadores que fortaleçam a qualidade e utilidade da informação. Tudo isso teria impacto direto na tomada de decisões, tanto a nível nacional quanto regional ou global, e simplificaria as atividades de reporte dos países.

Nessa linha, em 20 de maio de 2025, ocorreu um encontro chave na sede da SEGIB, em Madri, com representantes de países da Ibero-américa, SEGIB, TOSSD e UNCTAD. O foco da reunião foi discutir como conectar tecnicamente os diferentes sistemas de informação. Nesse âmbito, a Sofis Solutions apresentou uma proposta de interoperabilidade, construída a partir de uma análise do estado atual dos sistemas e dos desafios que implica automatizar a troca e o processamento de dados em um contexto marcado pelo avanço da inteligência artificial.

Durante a jornada, aprofundou-se nos diferentes níveis que essa interoperabilidade requer:

• Nível técnico, foram analisados os mecanismos necessários para que os sistemas possam trocar dados, apesar de usarem formatos ou protocolos distintos.
• Nível semântico, o desafio é garantir que os dados compartilhem o mesmo significado além da forma como estão expressos. Um exemplo claro é como o setor de atividade é classificado em cada sistema. Enquanto um pode agrupar sob “Saúde” ou “Educação”, outro pode desagregar em subcategorias como “Atenção primária” ou “Formação técnica”. Além disso, alguns reportam os avanços com base no que foi executado, enquanto outros fazem isso com base no que foi desembolsado, o que pode levar a interpretações diferentes sobre o número real de iniciativas desenvolvidas em um determinado período.

Superar essas diferenças não é trivial, mas abre a porta para uma visão muito mais integrada e precisa do panorama da cooperação. Permitiria identificar tendências, lacunas de informação e oportunidades com maior clareza.

A interoperabilidade desses sistemas implica enfrentar desafios técnicos e conceituais, mas também representa uma grande oportunidade para fortalecer a transparência, a coerência e o impacto das políticas de desenvolvimento. A convergência entre ferramentas como o SIDICSS, o padrão TOSSD e os mecanismos estatísticos da UNCTAD poderia marcar um antes e um depois na forma como a informação vinculada à cooperação internacional é gerida.

A Sofis Solutions vem trabalhando justamente nessa direção. Desenvolve soluções que integram arquitetura de dados, padrões abertos e inteligência artificial aplicada, com um olhar voltado para a sustentabilidade, a cooperação regional e o uso estratégico da informação. Tudo com o objetivo de contribuir para uma cooperação mais eficiente, conectada e com maior impacto real.