Entrevista: O contributo de um Sistema de Gestão Anti-Suborno nas organizações

Montevidéu, 12 de julho de 2021.

A Sofis Solutions entrevistou o Contador Carlos Serra, Diretor e Gerente da Datasec, que falou sobre a relevância da adoção de mecanismos e das melhores práticas internacionais de combate ao suborno, com o objetivo de prevenir, minimizar e controlar os riscos associados à corrupção nas atividades e operações das organizações, assim como proteger a confiança e reputação das mesmas junto a todas as suas partes interessadas.

A adoção de medidas anticorrupção é um componente essencial para os Estados e organizações dos setores público e privado. Por meio delas, é possível implementar mecanismos para proteger suas atividades e operações, aumentar a confiança, a credibilidade, a reputação e os interesses de todas as suas partes interessadas.

A Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (CNUCC) reconhece que os Estados não podem combater a corrupção sozinhos, e que as organizações do setor privado têm um papel vital a desempenhar como aliadas nessa mudança. Atualmente, esse acordo está vigente em mais de 170 países e estabelece normas, políticas, processos e práticas comuns para apoiar as iniciativas anticorrupção em âmbito nacional.

Nesse contexto, a Sofis Solutions atua há vários anos com uma postura de tolerância zero frente ao suborno, em todas as suas formas. Como parte desse compromisso, a empresa renovou, no mês de junho, a certificação da norma ISO 37001:2016 - Sistema de Gestão Antissuborno, que, de acordo com os resultados das auditorias, comprova que seu sistema de gestão está funcionando corretamente conforme o marco de conformidade da norma.

Dada a importância de construir uma cultura empresarial ética e transparente, baseada em boas práticas antissuborno, o Contador Carlos Serra, Diretor e Gerente da Datasec, compartilha na seguinte entrevista a importância de adotar e implementar mecanismos e controles para prevenir, mitigar e detectar o suborno nas organizações, entre eles, a implementação de um sistema de gestão baseado na ISO 37001.

Por que o senhor considera importante que as organizações implementem um sistema de gestão conforme a ISO 37001? E que tipo de benefícios acredita que isso traz?

"A realidade é que toda organização está exposta a fraudes, corrupção e, em particular, ao suborno. Pode ser um risco mais ou menos provável, mas é difícil dizer que é nulo.

Adotar a norma ISO 37001 transmite uma mensagem, tanto internamente quanto externamente à empresa, de que "aqui o suborno não é aceitável" (nem oferecer, nem aceitar). Em um contexto mundial e latino-americano em que a corrupção é uma notícia frequente, trata-se de uma mensagem relevante. Da minha parte, percebo que cada vez mais pessoas dizem: Não à corrupção".

Com base em sua experiência, que tipos de requisitos relacionados a controles ou boas práticas antissuborno o senhor recomendaria que organismos internacionais ou entidades públicas exijam das empresas prestadoras de serviços?

"Infelizmente, ao contrário da ISO 9001, por exemplo, ainda são poucas as organizações certificadas na ISO 37001 em nível mundial. Confiamos que isso mude com o tempo.

Enquanto isso, um organismo internacional ou uma administração pública precisa saber com quem está se relacionando. Deve valorizar as organizações que possuem políticas e controles antissuborno e, se estiverem certificadas, melhor ainda, pois nesse caso um terceiro independente avaliou o sistema de gestão. Sem dúvida, exigir isso reduzirá a possibilidade de enfrentar, futuramente, situações que afetem sua imagem e reputação ao se relacionar, por exemplo, com fornecedores corruptos. Isso pode ser alcançado com a devida assessoria jurídica e de acordo com a legislação de cada país".

Qual o senhor acredita ser a relação e o impacto que as deficiências de cibersegurança têm com possíveis atos de suborno?

"As organizações devem proteger suas informações (internas, de seus clientes, de pacientes, etc.). Mesmo que não apareçam nos balanços, são ativos muito valiosos. Infelizmente, isso só é percebido quando, por exemplo, por meio de um ataque de ransomware, os dados são 'sequestrados'.

Uma das consequências da pandemia foi o teletrabalho, que teve como prioridade garantir que os colaboradores pudessem se conectar e trabalhar de casa. Isso, sem dúvida, afetou os controles de cibersegurança e deixou brechas e ameaças que, acidental ou intencionalmente, podem ser exploradas por algum colaborador".

A implementação da norma ISO 37001 permite que as organizações adotem uma série de medidas e controles para lidar com atos de suborno, focando no combate à corrupção. Para a Sofis Solutions, isso é uma prioridade e está alinhado ao compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, especificamente com o ODS 16: Paz, Justiça e Instituições Eficazes, que busca promover sociedades baseadas na transparência, ética e responsabilidade dos governos e instituições do setor público e privado, respeitando os direitos humanos e promovendo a paz com ambientes estáveis para todos.